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O estoicismo é uma doutrina filosófica que afirma que todo o universo é corpóreo e governado por um Logos divino (noção que os estóicos tomam de Heráclito e desenvolvem). A alma está identificada com este princípio divino, como parte de um todo ao qual pertence. Este lógos (ou razão universal) ordena todas as coisas: tudo surge a partir dele e de acordo com ele, graças a ele o mundo é um kosmos (termo que em grego significa "harmonia").
A partir disso surgem duas conseqüências éticas: deve-se «viver conforme a natureza»: sendo a natureza essencialmente o logos, essa máxima é prescrição para se viver de acordo com a razão.
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O estoicismo propõe viver de acordo com a lei racional da natureza e aconselha a indiferença (apathea) em relação a tudo que é externo ao ser. O homem sábio obedece à lei natural reconhecendo-se como uma peça na grande ordem e propósito do universo.
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Como o bem absoluto e único é a virtude, assim o mal único e absoluto é o vício. E não tanto pelo dano que pode acarretar ao vicioso, quanto pela sua irracionalidade e desordem intrínseca, ainda que se acabe por repudiá-lo como perturbador da indiferença, da serenidade, da autarquia do sábio. Tudo aquilo que não é virtude nem vício, não é nem bem nem mal, mas apenas indiferença; pode tornar-se bem se for unido com a virtude, mal se for ligado ao vício; há o vício quando à indiferença se ajunta a paixão, isto é, uma emoção, uma tendência irracional, como geralmente acontece
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A virtude estóica é, no fundo, a indiferença e a renúncia a todos os bens do mundo que não dependem de nós, e cujo curso é fatalmente determinado. Por conseguinte, indiferença e renúncia a tudo, salvo e pensamento, a sabedoria, a virtude, que constituem os únicos bens verdadeiros: indiferença e renúncia à vida e à morte, à saúde e à doença, ao repouso e à fadiga, à riqueza e à pobreza, às honras e à obscuridade, numa palavra, ao prazer e ao sofrimento - pois o prazer é julgado insana vaidade da alma. Dada a indiferença estóica do suicídio como voluntário e moral afastamento do mundo; isto não se concilia, porém, com a virtude da fortaleza que o estoicismo reconhece e louva, e nem se pode explicar racionalmente o suicídio, se a ordem do universo é racional, como precisamente afirmam os estóicos.
O estóico pratica esta indiferença e renúncia para não ser perturbado, magoado pela possível e freqüente carência dos bens terrenos, e para não perder, de tal maneira, a serenidade, a paz, o sossego, que são o verdadeiro, supremo, único bem da alma. O sábio é beato, porque, inteiramente fechado na sua torre de marfim, nada lhe acontece que não seja por ele querido, e se conforma com o demais, sem saudades e sem esperanças; pois sabe que tudo é efeito de um determinismo universal. A serenidade, a apatia dos estóicos seria, sem dúvida, fruto de uma fatigosa conquista, de uma dura virtude. Mas é uma virtude absolutamente negativa. Com efeito, quando o homem se torna indiferente a tudo, e a tudo renuncia, salvo o seu pensamento - cujo conteúdo é, em definitivo, esta mesma renúncia -, não lhe resta efetivamente mais nada. Não Deus, pois no sistema estóico, é uma pura palavra; não a alma, destinada a resolver-se na matéria. A sabedoria estóica é ação negadora da expansão das forças espirituais, virtude corrosiva, morte moral.
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Se desejarem saber o que é misântropia procurem no dicionário (saudades do tempo em que só falava Aurélio...).
Mas o que desejo mesmo é simplesmente deixar claro, que, as vezes para muitos quando eu respondo a infame indagação do que estou a fazer, há os que arrepiam os cabelos achando que na verdade estou mexendo com demonologia (sim, houve quem achou que: Misantropismo = Demônio, não me perguntem como isso ocorreu). Mas para que isso? Simples, não pretendo caminhar como um deus, ou simplesmente sair arrotando algo para outros saberem que conheço isso ou aquilo outro, ou porque quero parecer diferente... Foi apenas a forma mais simples de esquecer o que tanto me magoa, aquilo que tanto me deixa triste, não sentir saudades ou a falta de alguem que longe (as vezes o tão longe é o perto, por isso não me preocupo com sinestesia) está, mas poder apenas saber esperar sem pressa e sem angustia ou anciedade alguma... aprender a arte de ser um etéreo. Coloquei os textos só para não deixar dúvidas de certos termos (mas vá ler um bom livro, para realmente saberem do que se trata de forma mais adequada), por isso eu aprendi que não me importa o que foi feito ontem, mas o que será decidido hoje, realizado amanhã, para que eu saiba se isso me degradará ou não... quero apenas passar incólume se alguma coisa me maldizer... ter sobriedade para não esmorecer... e só para deixar bem claro, eu me importo sim com as pessoas, algo que não pertence muito aos estoicistas, heremitas e misântropos, creio que por isso consigo ainda ser incomodado por aquilo que possivelmente não estará nunca em minhas mãos. Mas, tendo bons livros, boas músicas (atenham-se ao termo música, e não estas desgraceiras que adoram e não acrescem nada ao individuo), meus amigos, cervejas, saúde, o demais é consequência, chega a ser contraditório com o que almejo praticar... porém como eu havia afirmado, desejo apenas um sossego, se assim for, assim o farei! Mas ainda acredito de certa forma nas escolhas realizadas de outras pessoas, será o Benedito que também acredito em papai noel?